Dinamarca. Incêndio no emblemático edifício da antiga Bolsa de Valores está controlado

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Emil Helms - EPA

O incêndio no emblemático edifício da antiga Bolsa de Valores de Copenhaga, na Dinamarca, que deflagrou na manhã desta terça-feira, está agora “sob controlo”, segundo informaram os serviços de emergência. O incêndio provocou a queda do pináculo do edifício e ameaçou uma das coleções de arte mais valiosas da Dinamarca. A maior parte dos valores foram recuperados, mas metade do edifício ardeu.

O incêndio que deflagrou na manhã desta terça-feira na antiga Bolsa de Valores de Copenhaga está controlado.

“Estamos a meio do trabalho pós-extinção”, disse o diretor dos serviços de emergência dinamarqueses, Jakob Vedsted Andersen, aos jornalistas.


"Grande parte da Bolsa de Valores foi danificada pelo incêndio. Mas grande parte dos valores foram recuperados", afirmou, acrescentando que cerca de metade do edifício ardeu.


O incêndio deflagrou por volta das 7h30 locais (5h30 em Lisboa) e mais de uma centena de bombeiros foram enviados para o local. A causa do incêndio é ainda desconhecida. Não há registo de feridos e foi descartado o risco de propagação das chamas para outros edifícios. A antiga Bolsa de Valores da Copenhaga, do século XVII, é um dos mais emblemáticos edifícios da Dinamarca a abriga uma vasta coleção de obras de arte. O edifício serve agora como sede da Câmara de Comércio.

A icónica torre do edifício, de 54 metros de atura, desabou nas chamas no início da manhã.


“As fachadas ainda estão de pé, mas começam a ceder sob o efeito do incêndio”, disse Vedsted Andersen.

“Estamos a fazer todos os possíveis para proteger a fachada, mas não podemos dar quaisquer garantias”, acrescentou
.

O diretor dos serviços de emergência dinamarqueses explicou que o telhado de cobre do edifício “mantém muito bem o calor e dificulta a nossa entrada e a extinção do fogo”. Para além disso, explicou Vedsted Andersen, “os edifícios antigos são muitas vezes constituídos por estruturas de madeira”, que ardem facilmente.

Todas as pessoas que estavam na sede do Parlamento dinamarquês foram retiradas por precaução, tal como o Ministério das Finanças que fica perto da antiga Bolsa de Valores.

Os serviços de emergência, funcionários da Câmara de Comércio Dinamarquesa, incluindo o seu CEO Brian Mikkelsen, e até mesmo transeuntes foram vistos a retirar obras de arte do edifício.

“O nosso momento Notre Dame”
"Toda a gente está a chorar na Câmara de Comércio Dinamarquesa neste momento. É o seu local de trabalho, mas também a sua história", disse Mikkelsent.

"É a nossa herança cultural. São 400 anos que moldaram a história cultural dinamarquesa e a sociedade em que vivemos hoje", acrescentou.

Os media dinamarqueses falam em “momento Notre Dame” da Dinamarca, fazendo a comparação com o incêndio de 2019 que destruiu o emblemático monumento em Paris.


"Fotos horríveis da Bolsa. Tão triste. Um edifício icónico que significa muito para todos nós. É o nosso próprio momento Notre-Dame", escreveu o ministro da Defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen, na rede social X.

“Acordamos com uma visão triste”, lamentou o rei dinamarquês Frederik X num comunicado. “Uma parte importante do nosso património arquitetónico está em chamas”, acrescentou.

“A alma dos dinamarqueses dói. Anos de história são consumidos nas chamas”, disse a primeira-ministra Mette Frederiksen.
Encomendada pelo Rei Christian IV, a Bolsa de Valores de Copenhaga foi construída entre 1619 e 1640, tornando-se um dos edifícios mais antigos da cidade. O edifício estava atualmente a ser restaurado para comemorar os seus quatro séculos da sua inauguração.

A presidente da Câmara de Copenhaga, Sophie Haestorp Andersen, já anunciou que vão “tentar reconstruir o edifício”, juntamente com a Câmara de Comércio.

O edifício faz parte “da história da construção da nossa cidade, uma história que não podemos deixar num mar de chamas, e é por isso que também faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para reconstruí-la aqui”, anunciou.

c/agências
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